Ortodoxia…

Ortodoxos x Não ortodoxos… debates infindáveis, e, até mesmo confrontos. Tudo em nome do que é correto e verdadeiro… afinal, nada é mais irritante para alguém que outro duvide da sua verdade suprema, não é?!

Santa Democracia religiosa, Batman!

Santa Democracia religiosa, Batman!

Pois, para começo de conversa, a própria nomenclatura já é complicada de se entender. E, como de costume, vamos ao “amansa”…

Peraí, antes, vamos na raiz. Na etmologia:

A palavra vem do grego “orthós” <retos> e “dóxa”, <opinião>. dai esta palavra veio a indicar <crença correta>.

“Traduziram” opinião reta como crença correta… não concordo… afinal, nem tudo que é reto é correto… pode ser, apenas, inflexibilidade, ou mesmo, ignorância… então, vamos em frente na pesquisa:

Ortodoxia inclui quaisquer posições, opiniões, padrões ou doutrinas oficiais ou vigentes que uma determinada instituição, organização ou sociedade formula, aceita e defende. Pode-se dizer que a ortodoxia é a manutenção e defesa do status quo.

Bem… QUAISQUER padrões ou doutrinas… o que já nos retira do campo religioso como demandante exclusivo da nomenclatura… e manutenção do status quo, que, basicamente, como qualquer outro mecanismo de defesa, pode ser apenas uma das tantas facetas do MEDO.

Mas, de onde vincularam uma coisa com a outra?

- Fui eu!!; - Não, fui eu!!!  E, se não gostou, vai reclamar com o Bispo!

– Fui eu!!;
– Não, fui eu!!! E, se não gostou, vai reclamar com o Bispo!

Olha, não sei não… mas, pesquisando por aí, vi mais isso, focando mais na ortodoxia religiosa:

Chama-se Igreja Ortodoxa o grupo de Igrejas orientais que aceitam somente os primeiros sete Concílios Ecumênicos.

No século III Constantino I, primeiro Imperador de Roma a aceitar o cristianismo como religião oficial do Império Romano, reuniu no ano 325 na cidade de Niceia o primeiro concílio ecuménico, que ficou conhecido como Primeiro Concílio de Niceia, onde supostamente se definiu a Divindade de Jesus Cristo.

A Igreja Cristã era, naquela altura, dividida em cinco patriarcados tradicionais, apostólicos:

Ainda foram feitos mais seis concílios antes do cisma ente as Igrejas Ortodoxas e a Igreja Católica. São eles:

E o que isso tudo quer dizer?

Que o pessoal resolveu repensar os escritos divinos e, houve quem achou isso legal, e os que não acharam, e, portanto, rompendo com os colegas…

E qual o mal disso?

Ao meu ver, nenhum… afinal, nem todos são obrigados a concordar. E, tratando-se do contato com Deus, ou a nomenclatura para o ser-divino-criador que mais lhe apraz, não creio que deva haver hierarquias ou intermediários para tal. Mas, como sempre digo, isso é mero achismo meu.

E onde é que ele quer chegar com isso tudo?

E onde é que ele quer chegar com isso tudo?

Basicamente, quero chegar no ponto em que não existe problema em se acreditar em uma “crença verdadeira”. Nenhum problema mesmo. O problema mesmo é, como existem vários grupos de pessoas que acreditam que suas crenças são as verdadeiras, logicamente acabam por não se acertarem entre si.

Agora, seguindo na linha da “edição bíblica” dos concílios, os caras começam a discordar, como no caso dos que concordaram até a 7ª mudança, por exemplo. Então, podemos ter dissidências dentro da própria matriz bíblica original…

Enfim… isso também não é meu problema, afinal, cada um crê no que melhor lhe convém. E, crer é um conceito baseado em sentimentos e não “simplesmente” em ensinamentos, escritos e debates. Eles servem SIM para maturar a ideia, compreendê-la, refutá-la ou aceitá-la… a velha tese, antítese que gera a síntese…

Cuma?

Cuma?

Ok, vou adiante. O meu ponto é: pode-se ser ortodoxo em qualquer campo da dialética, por exemplo.

Existem judeus ortodoxos, cristãos ortodoxos, ateus ortodoxos, gays ortodoxos, corruptos ortodoxos… militantes políticos ortodoxos… enfim… pode-se usar a ortodoxia como método de “comprovação” de sua argumentação, atraindo simpatizantes (ou antipatizantes para combater) que engrossarão o apoio à sua causa. Pode-se formar alianças e inimigos a partir da mesma, por exemplo.

Por exemplo, pode-se unir facções religiosas discrepantes entre si em seus livros sagrados ou suas metodologias , contra, grupos ateus ou gays, que, por sua vez, acabam se unindo para combater “religiosos” que os condenam…

Sim, isso tudo já deu o que tinha que dar e já está enchendo o saco de muita gente (incluindo o meu), afinal, são IGUAIS em suas ortodoxias, embora, vetorialmente contrários em suas crenças.

Te sento a porrada se tu não parar com esse troço!

Te sento a porrada se tu não parar com esse troço!

Peralá, eu não estou indo contra ninguém… pelo contrário, eu estou encontrando pontos em comum entre todos…

Na verdade, para TUDO nessa vida, onde há pontos discrepantes, tem-se necessariamente que existir consenso (o que é praticamente impossível, e, caso exista, há o risco de lavagem cerebral), tolerância (que não é a mesma coisa que aceitação) e, por fim, o bom e velho “Tanto faz” (pois tanto faz qual a sua crença, desde que consigamos conviver sem nos matar).

A visão restrita que uma ortodoxia pode gerar, em alguns casos, pode sim, e muito, atrasar a evolução humana. Por exemplo: somos seres humanos, não somos unanimidade nem entre nós mesmos, imagina o nível de arrogância que pode atingir alguém em pensar que exista uma única crença correta. Qual não seria o avanço, cogito eu, se somassem-se as crenças, refinassem-se os paradigmas e, ao final, existisse uma atmosfera de concordância ou, discordâncias construtivas, visando a melhoria comum dos participantes (do mundo todo, neste caso).

CELULAR COM ANDROID????? BLASFÊÊêÊÊÊÊÊêÊÊÊÊêêêêêêÊMIAAAAAA!!!!

CELULAR COM ANDROID????? BLASFÊÊêÊÊÊÊÊêÊÊÊÊêêêêêêÊMIAAAAAA!!!!

Tentando finalizar, não creio ser a ortodoxia o problema… afinal, pode-se simplesmente que TODOS estejam corretos em vários aspectos e TODOS errados em outros…

Talvez, o vilão mesmo seja o proselitismo: proselitismo (do latim eclesiástico prosélytus, que por sua vez provém do grego προσήλυτος) é o intento, zelo, diligência, empenho ativista de converter uma ou várias pessoas a uma determinada causa, ideia ou religião (proselitismo religioso).

E não digo no âmbito religioso. Digo no âmbito geral mesmo (embora todo generalismo seja burro, incluindo este). Acredite no que quiser, amigo, mas, por favor, não tente converter o próximo… não goela abaixo, pelo menos…

Acho que quem vai pular na água gelada agora sou eu, irmã...

Acho que quem vai pular na água gelada agora sou eu, irmã…

Ai caramba, porque fui deixar a patroa ler 50 tons de cinza?

Ai caramba, porque fui deixar a patroa ler 50 tons de cinza?

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