Os efeitos colaterais do despertar…

Despertar para algo, como já escrevi antes, ao meu ver, é sair do estado de torpor em que nos encontramos para enxergar a realidade de forma diferente (e não necessariamente correta, de imediato) do que antes.

Enfim, esse despertar não é necessariamente algo macro, de alto grau, onde você passa automaticamente a se conectar com o Universo e fazer parte da era de aquário do dia para a noite, não sem tomar LSD, pelo menos. O despertar que me refiro pode ser algo pontual, que, somando-se, passa a ser macro, e aí sim, você começa a compreender o todo…

Tá, tá enrolado mesmo. Eu vou explicar melhor.

Esse despertar pode ser para uma situação específica. Onde tu ages de uma maneira a vida toda, e, finalmente percebe que pode fazer diferente…

Se dar conta da sua realidade, repensá-la e reajustá-la é sim uma forma de despertar.

Mas, esses “despertares” trazem efeitos colaterais, é claro. Geralmente em forma de desconforto. Raiva, tristeza, depressão, etc e tal, são parte disso, e, pelo que tenho notado, praticamente TODOS do meu relacionamento, incluindo eu mesmo, estão passando ou passaram por isso recentemente.

Alguns, durante esse processo, percebem que não estão fazendo as coisas como deveriam, ou, talvez, se dando conta das falhas… mas estejam certos que isso é parte do processo e não produto dele. Atravessar essas dificuldades é o que completa esse despertar e dá para se dizer que a pessoa está acordada, finalmente. Do contrário, podemos concluir que o processo está ainda em andamento. Não sintam-se depressivos, afinal, estar incompatibilizado com alguma situação não é de todo ruim. É a forma que você está encontrando para concluir que aquilo não é para você e que novas estratégias são necessárias. Repensar a vida pode ser duro, afinal, nem todos têm a vida que queriam, ou mereciam, mas, ainda assim, sempre há tempo para melhoras…

Dizia Sêneca que “Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”, portanto, é de suma importância que pensemos o que queremos ou não da vida. Mais cedo ou mais tarde todos acabamos nessa encruzilhada. E, a partir daí, o resultado de não mais se sentir confortável com sua vida até então, vai lhe gerar transtornos.

Aturar certas pessoas fica mais difícil, ouvir certas baboseiras fica muito mais irritante, fingir ser alguém que você não é mais, torna-se praticamente impossível, e, a partir daí, o estranhamento daqueles que te cercam em relação a isso também pode ser um saco. A menos que sejam lúcidos suficientemente para notar que algo mudou em você.

Esses efeitos colaterais, por assim dizer, são parte do processo da nova pessoa que estamos nos tornando. E, com essa nova pessoa, características mudam, algumas afinidades somem, enquanto outras aparecem. E assim a vida segue.

Não existe certo ou errado nesse processo, apenas se você vai se sair bem ou não em se tornar alguém melhor. Se não melhorou é porque ainda temos trabalho a fazer…

Na dúvida, querido Sêneca, cantemos: “Vento, ventaniaaaa, me leve sem destinooooooo…”

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